Medina de Marrakesh






Valor Universal Excepcional
Breve síntese

Fundada em 1070-1072 pelos Almorávidas (1056-1147), capital dos almóadas (1147-1269), Marrakesh era, por muito tempo, um grande político, centro econômico e cultural do mundo muçulmano ocidental, reinando no Norte de África e na Andaluzia. Vastos monumentos que datam desse período:Mesquita de Koutoubia, com o minarete incomparável de 77 metros, um monumento essencial da arquitetura muçulmana, é um dos marcos importantes da paisagem urbana e o símbolo da Cidade, o Kasbah, muralhas, portões e jardins monumentais. Mais tarde, a cidade acolheu outras maravilhas, como o Palácio Badiâ, o Ben Youssef merdersa, túmulos de les Saâdians, Palácio Bahia e grandes residências. Praça Jamaâ El Fna, inscrito na Lista Representativa do Patrimônio Cultural Imaterial, é um verdadeiro teatro ao ar livre que sempre surpreende os visitantes. Por ainda estar protegido, concepção original e bem conservada, seus materiais de construção e decoração em uso constante, e seu ambiente natural (notadamente os Jardins de Aguedal, Ménara e o Palmeiral (Palmeraie), cuja plantação é atribuída aos Almorávidas), a Medina de Marrakesh possui todos os seus componentes iniciais, tanto culturais quanto naturais, que ilustram seu Valor Universal Excepcional.

Critério (i):Marrakesh contém um número impressionante de obras-primas de arquitetura e arte (muralhas e portões monumentais, Mesquita Koutoubia, Tumbas sádicas, ruínas do palácio Badiâ, Palácio da Bahia, Recurso de água Ménara e pavilhão) cada um dos quais poderia justificar, sozinho, um reconhecimento de Valor Universal Excepcional.

Critério (ii):A capital dos almorávidas e almóadas desempenhou um papel decisivo no desenvolvimento urbano medieval. Capital dos Merinídeos, Fès Jedid (a cidade nova), parte integrante da Medina de Fez, inscrito em 1981 na Lista do Patrimônio Mundial, é uma adaptação do modelo urbano anterior de Marrakesh.

Critério (iv):Marrakesh, que deu seu nome ao império marroquino, é um exemplo completo de uma importante capital islâmica do Mediterrâneo Ocidental.

Critério (v):Nos 700 hectares da Medina, o antigo habitat, tornou-se vulnerável devido a mudanças demográficas, representa um excelente exemplo de uma cidade histórica viva com seu emaranhado de ruas, suas casas, souks, fondouks, atividades artesanais e comércios tradicionais.
Integridade (2009)

O limite do bem inscrito na Lista do Patrimônio Mundial é definido corretamente pelas muralhas originais que contêm todos os atributos arquitetônicos e urbanos necessários para o reconhecimento de seu Valor Universal Excepcional. Uma revisão desses limites está prevista para aumentar a proteção dos arredores da propriedade.

No entanto, a integridade da propriedade é vulnerável devido à pressão do desenvolvimento urbano, alterações descontroladas nos andares superiores e nos materiais de construção das casas, o abandono das Khettaras (galerias de drenagem subterrânea) e a exploração dos palmeirais.
Autenticidade (2009)

As muralhas, a mesquita Koutoubia, o kasbah, as tumbas dos Saadianos, as ruínas do palácio Badiâ, Elemento de água e pavilhão Menara, são exemplos de muitos monumentos que refletem claramente o Valor Universal Excepcional da propriedade. A autenticidade da estrutura urbana interna e dos monumentos permanece intacta. É assegurada por mão de obra qualificada realizando restaurações de acordo com as normas em vigor. As obras de reconstrução e requalificação realizadas no coração do centro histórico respeitam geralmente o volume e o estilo originais. O uso de materiais tradicionais nessas operações de restauração reviveu tremendamente o comércio artesanal ligado à construção (Zellige, gesso de cal (tadallakt), madeira pintada e esculpida, gesso, ferro forjado, marcenaria, etc.) além de negócios ligados a móveis e decoração.
Requisitos de proteção e gestão (2009)

As medidas de proteção estão essencialmente relacionadas com diferentes leis para a listagem de monumentos e sítios históricos, em particular a Lei 22-80 sobre o patrimônio. Além desta legislação, cada um dos monumentos mais importantes da Medina de Marrakesh é protegido por textos regulamentares específicos. Além dos serviços locais que estão envolvidos com a proteção da Medina, a Fiscalização Regional de Monumentos e Sítios Históricos (vinculada ao Ministério da Cultura) é especificamente responsável pela gestão, restauração, manutenção e conservação dos monumentos históricos, por um lado, e por outro lado, o exame de pedidos de licenças de construção e desenvolvimento e o controle de canteiros de obras na Medina, constituindo assim uma garantia para a proteção sustentável do local.

A Carta Arquitetônica da Medina de Marrakesh, desenvolvido pela Agência Urbana de Marraquexe em cooperação com a Inspeção Regional de Monumentos e Sítios Históricos, compreende uma ferramenta de gestão para a salvaguarda da arquitetura, patrimônio urbano e paisagístico da Medina. Será aplicado por meio do estabelecimento de uma estrutura consultiva específica. Uma convenção para a implementação desta Carta foi assinada em 11 de novembro de 2008 entre os parceiros envolvidos.



Arquitetura clássica
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