Centro Histórico de Macau






Valor Universal Excepcional

Breve síntese

Macau, um porto lucrativo de importância estratégica no desenvolvimento do comércio internacional em território chinês, tornou-se povoação portuguesa em meados do século XVI e regressou à soberania chinesa em 1999. A propriedade inscrita apresenta um conjunto de 22 edifícios principais e espaços públicos que permitem uma compreensão clara da estrutura da antiga cidade comercial portuária. Com suas ruas históricas, residencial, edifícios religiosos e públicos portugueses e chineses, o Centro Histórico de Macau é um testemunho único do encontro da estética, cultural, religioso, influências arquitetônicas e tecnológicas do Oriente e do Ocidente. É o testemunho do primeiro e mais duradouro encontro entre a China e o Ocidente, com base na vibração do comércio internacional. Como uma porta de entrada entre a China e o mundo ocidental, Macau desempenhou um papel estratégico no comércio mundial. Diferentes nacionalidades se estabeleceram neste centro de uma complexa rede de comércio marítimo, junto com missionários que trouxeram com eles influências religiosas e culturais, conforme ilustrado pela introdução de tipos de edifícios estrangeiros (o primeiro teatro de estilo ocidental da China, universidade, hospital, igrejas e fortalezas), muitos ainda em uso. A identidade multicultural única de Macau pode ser lida na presença dinâmica do património arquitectónico ocidental e chinês lado a lado na cidade e a mesma dinâmica existe frequentemente em projectos de edifícios individuais. adaptando recursos de design chinês em edifícios de estilo ocidental e vice-versa, como a incorporação de caracteres chineses como ornamentos decorativos na fachada da igreja maneirista barroca das Ruínas de São Paulo. As características típicas das cidades portuárias europeias também podem ser vistas na estrutura do tecido urbano do assentamento, com praças públicas se misturando aos lotes densamente compactados ao longo de estreitas, ruas sinuosas, enquanto acumulava experiências de outros assentamentos portugueses, visto no conceito de “Rua Direita” que liga o porto à antiga cidadela. As conexões visuais entre a propriedade e a paisagem marinha são atributos que refletem a origem de Macau como uma cidade portuária comercial; o Inner Harbor usado ao longo dos séculos e ainda em funcionamento acrescenta a esse testemunho. Influências intangíveis do encontro histórico permearam o estilo de vida da população local, afetando a religião, Educação, Medicina, instituições de caridade, língua e culinária. O valor central do centro histórico não é apenas sua arquitetura, a estrutura urbana, as pessoas ou seus costumes, mas uma mistura de tudo isso. A coexistência de sedimentos culturais de origem oriental e ocidental, junto com suas tradições vivas, define a essência do centro histórico.

Critério (ii):A localização estratégica de Macau no território chinês, e a especial relação estabelecida entre as autoridades chinesas e portuguesas favoreceu um importante intercâmbio de valores humanos nos diversos domínios da cultura, ciências, tecnologia, arte e arquitetura ao longo de vários séculos.

Critério (iii):Macau é um testemunho único do primeiro e mais duradouro encontro entre o Ocidente e a China. Do século 16 ao século 20, era o ponto focal para comerciantes e missionários, e os diferentes campos de aprendizagem. O impacto deste encontro pode ser traçado na fusão de diferentes culturas que caracterizam a zona central histórica de Macau.

Critério (iv):Macau representa um exemplo notável de um conjunto arquitetônico que ilustra o desenvolvimento do encontro entre as civilizações ocidental e chinesa ao longo de cerca de quatro séculos e meio, representado no percurso histórico, com uma série de espaços urbanos e conjuntos arquitetônicos, que liga o antigo porto chinês à cidade portuguesa.

Critério (vi):Macau tem sido associada ao intercâmbio de uma variedade de culturas, espiritual, influências científicas e técnicas entre as civilizações ocidental e chinesa. Essas ideias motivaram diretamente a introdução de mudanças cruciais na China, em última análise, terminando a era do sistema feudal imperial e estabelecendo a república moderna.

Integridade

Macau tem sido uma região económica em rápido crescimento nas últimas décadas. A integridade dos principais monumentos e do tecido urbano original que define o assentamento histórico, no entanto, permaneceu intacta, com todas as qualidades necessárias para transmitir plenamente o Valor Universal Excepcional da propriedade, apesar do cenário contemporâneo de Macau. A recuperação de terras iniciada no século 19 mudou o litoral original, mas o centro histórico ainda está visualmente conectado com o mar, entre o Farol da Guia e o Porto Exterior a leste, o Templo A-Ma com o rio ao sul, e a Fortaleza do Monte ao rio a oeste. A colina da Penha dentro da zona tampão também tem vista para o rio e a rota histórica dos barcos comerciais que chegam a Macau ainda está em uso hoje, portanto, também deve ser identificado como um link visual que pode enriquecer a interpretação do centro histórico. Desde 2005, houve novas pressões de desenvolvimento fora dos limites da propriedade, que têm incentivado a expansão das diretrizes de controle de planejamento detalhado além dos limites do local inscrito, com especial enfoque na preservação dos corredores visuais entre o centro histórico e a paisagem marítima e para a zona ribeirinha.

Autenticidade

Os principais monumentos em seu ambiente urbano atestam o Valor Universal Excepcional da propriedade em termos de forma, Projeto, materiais e uso, apoiado por documentos de arquivo locais e internacionais, desenhos, mapas, esboços, fotografias e pelo fato de muitos monumentos e praças públicas terem mantido suas funções originais, com tradições vivas associadas, como adoração e procissões, ainda sendo praticadas. A autenticidade da configuração da propriedade como um porto comercial histórico é vulnerável ao desenvolvimento que invade links visuais importantes (linhas de visão principais) para o Porto Externo e o rio.

Requisitos de proteção e gerenciamento

No momento da inscrição, em 2005, a protecção do Centro Histórico de Macau foi garantida fundamentalmente no âmbito dos Decretos-Lei 56/84 / M e 83/92 / M, diretamente relacionado com as práticas de gestão e conservação para a preservação de cada uma das edificações e respectivas configurações urbanas. A Diretiva do Chefe do Executivo 202/2006 foi emitida após a inscrição, a fim de expandir as diretrizes de controle do planejamento sobre toda a área inscrita, bem como as zonas de amortecimento. A Diretiva do Chefe do Executivo 83/2008 foi emitida, Em 2008, a fim de abordar o impacto das pressões de desenvolvimento fora da área da propriedade, mais especificamente no que se refere ao entorno do Morro da Guia e à proteção dos corredores visuais e articulação do Farol com a paisagem marítima. Estudos para um Plano Urbano de Macau, incorporando o cenário mais amplo do local do Patrimônio Mundial, com o objetivo de reforçar a ligação entre o centro histórico e a paisagem marítima, foram realizados com o intuito de proteger o valor central de Macau como cidade portuária comercial e de mitigar o impacto visual nos monumentos de futuros desenvolvimentos fora das zonas tampão.

Por meio de mecanismos eficazes de proteção do patrimônio, o Estado Parte prevê que o Centro Histórico de Macau proporcionará uma experiência fenomenal no local que transmita plenamente o Valor Universal Excepcional da propriedade. Esta visão será apoiada por um novo plano urbano concebido para reforçar a identidade de Macau como uma cidade histórica e portuária de comércio, mantendo ligações visuais com o mar e protegendo o cenário mais amplo, enquanto minimiza os efeitos negativos de desenvolvimentos futuros fora das zonas tampão, a fim de salvaguardar as ligações visuais dos monumentos. Além de implementar o plano, o Estado Parte continuará a conservar os monumentos e características urbanas do Centro Histórico de Macau, realizar a reabilitação do distrito, e buscar oportunidades de restauração e reaproveitamento de bens com valor patrimonial de acordo com o caráter histórico de cada local. Isso será feito em parceria com a comunidade, que compreende o Valor Universal Excepcional da propriedade e assume a missão de salvaguardar o património mundial de Macau, para que com as mãos se juntassem à cultura, valores, e todos os aspectos do Centro Histórico de Macau continuarão a ser protegidos por muitas gerações.



Arquitetura clássica
Arquitetura clássica