Centro Histórico de Morelia






Valor Universal Excepcional

Sumário breve

O Centro Histórico de Morelia está localizado no centro do México, no sopé da Sierra Madre Ocidental e perto do vale agrícola de Morelia-Querendaro. Construída no século 16 de acordo com um layout em "tabuleiro de xadrez", Morelia é um excelente exemplo de desenvolvimento urbano que combina as teorias de planejamento urbano da Espanha e a experiência mesoamericana. Bem adequado para as encostas da colina central do vale, suas ruas seguem o traçado original. A cidade tem eixos principais, numerosas praças urbanas, dos quais a vasta Praça Zocalo retangular, e jardins que criam um espaço aberto, conjunto arejado com vistas magníficas das colinas circundantes.

A parte central do Centro Histórico de Morelia inclui 249 monumentos de primordial importância, sendo 21 igrejas e 20 construções civis, que cristalizam a história arquitetônica da cidade. A sobriedade da paisagem urbana é reforçada por muitas fachadas barrocas características das fundações religiosas, incluindo a catedral e as igrejas de Santa Rosa, de las Monjas e Guadelupe. Embora a maioria dos monumentos tenha sido erguida nos séculos 17 e 18, estilos de períodos anteriores e posteriores (Idade Média, Renascimento e Neoclassicismo) fundem-se na criação do "Barroco Moreliano". Juntos, eles formam uma unidade harmoniosa que reforça o uso medido de elementos arquitetônicos em pedra rosa, as numerosas arcadas e imponentes torres e cúpulas revestidas de azulejos que dominam a cidade.

Fundada no século 16 com o nome de Valladolid, a cidade era, no início do século 19, um dos principais centros da luta pela independência do país. Dois padres receberam notoriedade:Miguel Hidalgo e José María Morelos. É para a glória deste último, um nativo de Valladolid, que a cidade foi renomeada para Morelia em 1828.

Critério (ii):O centro histórico de Morelia é um exemplo notável de planejamento urbano que associa as ideias do Renascimento espanhol com a experiência mesoamericana.

Critério (iv):Mais de duzentos edifícios históricos refletem a história arquitetônica da cidade. Nessas obras-primas construídas em pedra rosa característica da região, o espírito medieval se mistura com o estilo da Renascença, Barroco, Elementos neoclássicos e ecléticos com maestria e talento excepcionais.

Critério (vi):Morelia foi o berço de várias personalidades importantes do México independente e desempenhou um papel importante na história do país.

Integridade

O modelo original de desenvolvimento urbano, que é um dos valores universais do Centro Histórico de Morelia foi mantido. Além disso, o espaço público urbano preservou sua integridade e as ruas ainda seguem o traçado original.

Apesar das mudanças de uso necessárias para atender às necessidades da sociedade civil, os edifícios monumentais de estilo barroco preservaram suas próprias características arquitetônicas. A transformação de antigos edifícios residenciais para novos usos relacionados com o turismo foi conseguida respeitando a integridade do local inscrito.

Deve-se notar, Contudo, esse património edificado em bom estado se encontra principalmente no coração do centro histórico. A conservação do património edificado dos bairros tradicionais e vizinhos tem recebido menos atenção e o número de edifícios em mau estado tem aumentado.

Autenticidade

Obras de restauração dos conjuntos monumentais, especialmente religioso, foi realizada de acordo com os critérios de autenticidade do site. A recuperação de áreas urbanas para fins comunitários permitiu a valorização de todas as suas riquezas, ao mesmo tempo em que promove sua conservação. Campanhas de divulgação de importantes acontecimentos históricos de Morelia ajudam a fortalecer a memória do Centro Histórico. A respeito disso, vários eventos foram realizados para comemorar o Bicentenário da Independência do México.

No que diz respeito às práticas de conservação que afetaram a autenticidade de alguns edifícios (remoção do reboco exterior), considerado no relatório de avaliação do ICOMOS em 1990 como inconsistente com a Carta de Veneza, um lento processo de recuperação das fachadas de monumentos significativos foi iniciado após a inscrição na Lista do Patrimônio Mundial em 1991.

No que diz respeito à falsificação estética de edifícios contemporâneos (aplicação de uma fachada colonial em um edifício novo), essa prática de construção local está restrita desde 1993. Programa de Desenvolvimento Urbano do Centro Histórico de Morelia, aprovado em 2001 pelo Cabildo Municipal, doravante proíbe a construção de edifícios contemporâneos que imitem estilos históricos.

Medidas de proteção e gestão

A proteção do Centro Histórico de Morelia é assegurada por um conjunto de leis, decretos e regulamentos. A Lei relativa à preservação e classificação do patrimônio, e que visa garantir o uso correto dos monumentos, e histórico, áreas turísticas e arqueológicas do Estado de Michoacán foi promulgada em 1974.

Em 1983, um convênio entre o Instituto Nacional de Antropologia e História (INAH) e o Estado culminou na criação da Comissão Técnica e Consultiva das Áreas e Monumentos Históricos do Estado. Em nível municipal, os Programas Urbanos relativos à área histórica são atualizados a cada três anos. Desde 2005, foi estabelecido o Conselho de Sítios Culturais do Centro Histórico de Morelia e atualizado o Programa de Desenvolvimento Urbano do Centro Histórico (aprovado em 2001). O Plano de Gerenciamento do Local também foi finalizado.

Em 2001, o Catálogo de Monumentos Históricos de Morelia inventou 1700 edifícios de valor histórico e artístico no Centro Histórico de Morelia (zona de monumentos históricos) e na zona tampão. Entre 1993 e 2007, A intervenção do Estado na restauração de monumentos listados gerou investimentos de 256 milhões de pesos.

A gestão do patrimônio pelo Estado visa a sua preservação e utilização em prol do desenvolvimento regional por meio do turismo. O Decreto Federal de 5 de setembro de 2005 oferece incentivos financeiros para estimular o investimento do setor privado na restauração e reabilitação do patrimônio edificado. A lei municipal em vigor desde 1998 prevê isenções fiscais e orientação técnica para a conservação do patrimônio. Infelizmente, essas ferramentas de proteção são ignoradas pela maioria dos proprietários.

O Centro Histórico de Morelia foi consolidado através de um conjunto de políticas de desenvolvimento turístico no âmbito do Decreto Geral. As políticas públicas aplicadas desde a inscrição do sítio na Lista do Patrimônio Mundial, a canalização de projetos de investimento público para projetos de edificações e áreas patrimoniais, bem como o processo de resgate do espaço público urbano, posicionaram o turismo como um importante vetor de desenvolvimento econômico. A visão de longo prazo do município é fazer de Morelia uma cidade sustentável de classe mundial, melhorando a qualidade de vida de seus habitantes, por meio do desenvolvimento econômico e da presença de serviços públicos eficazes, tudo em harmonia com o meio ambiente.

As prioridades estratégicas são a conclusão e publicação do Programa de Gestão do Centro Histórico e a geração de um instrumento normativo e legal que garanta uma gestão integrada de longo prazo. Também é importante controlar a pressão do setor imobiliário e de turismo, lidar com a perda de habitação, e resolver problemas relacionados ao transporte (estradas, transporte público, trafégo pesado, congestionamento). Igualmente importante é estabelecer um sistema de avaliação independente, externos a agências governamentais, garantir objetividade e rigor acadêmico.



Arquitetura clássica
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