Centro Histórico de Évora






Valor Universal Excepcional

Breve síntese

O Centro Histórico de Évora, capital da província do Alentejo, Portugal, foi moldado por mais de vinte séculos de história, indo desde os tempos celtas. Caiu sob o domínio romano e ainda mantém, entre outras ruínas, as do Templo de Diana. Durante o período visigodo, a cidade cristã ocupava a superfície cercada pela muralha romana, que foi então retrabalhado. Sob o domínio mouro, que terminou em 1165, outras melhorias foram feitas no sistema defensivo original, conforme mostrado por um portão fortificado e os restos do antigo Kasbah. Existem vários edifícios do período medieval, a mais conhecida delas é a Catedral, concluída no século XIII. Mas foi no século 15, quando os reis portugueses começaram a viver em Évora de forma cada vez mais regular que começou a época de ouro de Évora. Naquela hora, conventos e palácios reais surgiram em todos os lugares:Convento de St Claire, a igreja real e convento de São Francisco, não muito longe do palácio real de mesmo nome, e Convento Os Lóios com a Igreja de São João Evangelista. Estes são monumentos notáveis ​​que eram edifícios inteiramente novos ou então construídos dentro de estabelecimentos já existentes, e que se caracterizam pelo estilo manuelino que sobreviveu nas grandes criações do século XVI.

Quando a Universidade do Espírito Santo, onde os Jesuítas ensinaram a partir de 1553, foi estabelecido, Évora tornou-se a segunda cidade de Portugal. Contudo, o rápido declínio da universidade começou após a expulsão da Companhia de Jesus pelo ministro Marquês de Pombal, em 1759.

Évora é também notável por outras razões que não o seu património monumental relacionado com acontecimentos históricos significativos. O século 16 foi uma época de grande planejamento urbano e grande influência intelectual e religiosa. Embora Évora também tenha muitas casas patrícias do século XVI dignas de nota (casa de Cordovil, a casa de Garcia de Resende), a qualidade única da cidade surge da coerência da arquitetura menor do século 16, Séculos XVII e XVIII. Esta unidade encontra sua expressão geral na forma de numerosas casas baixas caiadas de branco, decorado com telhas holandesas e varandas de ferro forjado e coberto com telhados ou terraços que revestem ruas estreitas de configuração medieval e que em outras áreas testemunham o crescimento concêntrico da cidade até o século XVII. Serviu também para reforçar a unidade fundamental de um tipo de arquitetura perfeitamente adaptada ao clima e ao local.

Évora não foi danificada pelo grande terramoto de 1755 que destruiu muitas cidades em Portugal, incluindo Lisboa. Os monumentos do Centro Histórico de Évora testemunham a sua profunda influência na arquitetura portuguesa no Brasil.

Critério (ii):A paisagem urbana do Centro Histórico de Évora é um local único para compreender a influência da arquitetura portuguesa no Brasil, em locais como o Centro Histórico de Salvador de Bahia.

Critério (iv):O Centro Histórico de Évora é o melhor exemplo de uma cidade da época de ouro de Portugal após a destruição de Lisboa pelo terramoto de 1755.

Integridade

Évora é habitada desde o século II a.C. Durante a Idade Média, Foi residência real por longos períodos e ganhou prestígio no século XVI, quando foi elevada à categoria de cidade eclesiástica. Apesar das mudanças urbanas significativas que ocorreram ao longo dos séculos, Évora ainda é testemunho de diferentes estilos estéticos.

Apesar do forte crescimento populacional que levou à construção de novos bairros a oeste, sul e leste, o Centro Histórico de Évora manteve as suas características no interior da muralha Vauban construída no século XVII segundo os planos de Nicolas de Langres, um engenheiro francês. Também, a rede viária construída em volta das muralhas da cidade no século XX contribuiu para a sua preservação. A integridade geral de Évora foi preservada em termos de monumentos individuais e paisagem urbana. A paisagem rural ao norte permaneceu praticamente inalterada.

Autenticidade

Desde que as muralhas da cidade foram classificadas em 1920 pela legislação nacional, as medidas de conservação foram implementadas de acordo com princípios reconhecidos internacionalmente. Apesar das transformações pelas quais passou a cidade no século 20, a maioria de seus edifícios preservou sua autenticidade estrutural e a morfologia do quarteirão foi preservada. A adaptação aos tempos modernos não comprometeu a autenticidade do ambiente urbano.

Requisitos de proteção e gerenciamento

Ao Departamento do Centro Histórico do Município de Évora compete fiscalizar a execução do plano de gestão e acompanhar a sua eficácia. Seu orçamento anual de trabalho vem principalmente do município, no entanto, existem várias outras fontes de financiamento, como a Direcção Regional da Cultura do Alentejo e a Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC).

A fim de assegurar a aplicação da Lei como base da política e do sistema de regras de proteção e valorização do património cultural (Lei n.º 107, de 8 de setembro de 2001), o Decreto no. 140 de 15 de junho de 2009 estabeleceu o quadro legal para estudos, projetos, relatórios, obras ou intervenções em bens culturais classificados. É determinado, como uma regra, a necessidade de uma avaliação prévia e sistemática e monitoramento de quaisquer obras que possam afetar a integridade da propriedade, de modo a evitar qualquer desfiguração, dilapidação, e perda de características físicas ou autenticidade. Isso é garantido por um planejamento adequado e rigoroso, por pessoal qualificado, de qualquer técnica, metodologias e recursos a serem utilizados para implantação de obras em bens culturais.

De acordo com o nº. 7, Artigo 15, Lei 107 de 8 de setembro de 2001 «Os bens imóveis considerados bens culturais na Lista do Património Mundial pertencem sempre ao inventário de bens de interesse nacional para todos os efeitos do mesmo e nas respectivas categorias».

De forma similar, Decreto nº 309 de 23 de outubro de 2009 equipara zonas tampão com zonas de proteção especial, que se beneficiam de restrições adequadas para a proteção e valorização dos bens culturais.
O Município de Évora, em cooperação com as autoridades nacionais, está estudando a modificação da zona de amortecimento do imóvel que corresponde à configuração da cidade, o que será uma medida crucial para garantir que as condições de autenticidade e integridade continuem a ser cumpridas.



Arquitetura clássica
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