Ilhas Atlânticas Brasileiras:Reservas de Fernando de Noronha e Atol das Rocas
Valor Universal Excepcional
Descrição breve
De beleza indescritível, o Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha, localizado a uma distância de cerca de 340 km da costa brasileira, é formada por picos vulcânicos de uma cadeia montanhosa submersa. Quase 70% da ilha principal de Fernando de Noronha, 21 ilhas menores e ilhotas do arquipélago, bem como a maioria das águas adjacentes a uma profundidade de 50 metros fazem parte da propriedade. Reserva Biológica Atol das Rocas, o único atol do Atlântico Sul, está localizada a cerca de 150 km a oeste de Fernando de Noronha. É um recife elíptico que inclui duas pequenas ilhas rodeadas por uma reserva marinha. Com essas duas áreas protegidas, a propriedade cobre uma área de 42, 270 ha e uma zona tampão de 140, 713 ha. No coração de uma vasta superfície do oceano, as ilhas atlânticas brasileiras formam um oásis de águas férteis, que são locais de reprodução e de vida extremamente importantes para o atum, Tubarão, tartarugas e mamíferos marinhos, e que desempenham um papel crucial no repovoamento natural dos peixes da região. Duas espécies de tartarugas marinhas se reproduzem lá:a tartaruga-de-pente e a tartaruga-verde, pelo qual o Atol das Rocas é considerado o segundo criadouro mais importante do Brasil. Essas ilhas abrigam a maior concentração de aves marinhas tropicais no Atlântico Ocidental, e incluem os únicos exemplares de Mata Atlântica Insular e o único manguezal oceânico do Atlântico Sul. A Baía dos Golfinhos abriga uma população excepcional de golfinhos residentes, e na maré baixa, O Atol de Rocas oferece uma paisagem espetacular de lagoas e piscinas naturais repletas de peixes e uma grande variedade de crustáceos, esponjas, moluscos, corais, etc. Critério (vii):A Baía dos Golfinhos é o único lugar conhecido no mundo com uma população tão grande de golfinhos residentes. Além disso, duas de suas praias, Praia do Sancho e Praia do Leão, foram eleitas as mais bonitas do Brasil. O Atol Rocas tem uma vista espetacular do mar, especialmente na maré baixa, quando o recife exposto ao redor de lagoas rasas e piscinas naturais forma um aquário natural. Ambos os locais também possuem paisagens subaquáticas excepcionais que foram reconhecidas mundialmente na literatura especializada em mergulho. Critério (ix):Fernando de Noronha e Atol das Rocas representam mais da metade das águas costeiras insulares do Oceano Atlântico Sul. Essas águas altamente produtivas fornecem alimento para espécies como o atum, peixe-agulha, cetáceos, tubarões e tartarugas marinhas quando migram para a costa africana. Um oásis de vida marinha relativamente árido, oceano aberto, as ilhas desempenham um papel fundamental no processo de reprodução, dispersão e colonização por organismos marinhos em todo o Atlântico Sul Tropical. Critério (x):O Atol de Fernando de Noronha e Rocas são locais importantes para a proteção da biodiversidade e espécies ameaçadas de extinção no Atlântico Sul. Fornecendo uma grande proporção do habitat insular do Atlântico Sul, o local é essencial para a manutenção da biodiversidade marinha. É importante para a conservação de espécies ameaçadas de tartarugas marinhas, particularmente a tartaruga-de-pente. O local acomoda a maior concentração de aves marinhas tropicais encontradas no Oceano Atlântico Ocidental e é um Centro Global de Endemismo de Aves. O local também contém a única amostra remanescente da Mata Atlântica Insular e o único manguezal oceânico da região do Atlântico Sul. Integridade Os componentes terrestres e marinhos do local estão bem protegidos. Os limites do local são adequados para a conservação da diversidade biológica marinha, mesmo que a propriedade seja dividida em dois componentes separados. Na ilha principal de Fernando de Noronha todos os principais habitats terrestres fazem parte do Parque e todas as áreas do Atol das Rocas estão localizadas na zona central da área protegida. Em Fernando de Noronha, o ecossistema mantém grande integridade, apesar do número crescente de visitantes à ilha e dos impactos gerados pela presença de espécies exóticas invasoras. A infraestrutura e gestão foram melhoradas para garantir uma melhor conservação dos valores deste local. Embora o nível de preservação dos ecossistemas do Atol das Rocas continue alto, a sobrepesca e a presença ilegal de embarcações turísticas são as principais ameaças à integridade do local. Requisitos de proteção e gerenciamento
A propriedade tem proteção legal adequada conferida por uma série de leis federais e regulamentações estaduais. Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), uma agência federal autônoma vinculada ao Ministério do Meio Ambiente, é responsável pela gestão e conservação do local. O local tem dois planos de gerenciamento separados, um para Fernando de Noronha e outro para o Atol das Rocas. Esses planos de gestão abordam questões como turismo, pesquisar, Educação ambiental, proteção e monitoramento da biodiversidade. Pelo Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha, um Plano de Desenvolvimento Sustentável e Gestão do Ecoturismo foi implementado com o apoio da população local. Controla estritamente o desenvolvimento da infraestrutura turística e de visitas, e também abrange as áreas urbanizadas localizadas fora da propriedade. Este plano leva em consideração a capacidade de carga das diferentes áreas do parque e regulamenta a navegação e o mergulho. Algumas das principais ameaças estão relacionadas à pesca, suas implicações para as populações de peixes e sua composição em termos de espécies na Reserva, bem como seu efeito nas tartarugas marinhas e outras espécies. Uma nova abordagem envolvendo a regulamentação da pesca no entorno da propriedade pode ser necessária. Já que Fernando de Noronha foi totalmente desmatado (enquanto a ilha foi usada como prisão, então como uma base militar), a vegetação agora é secundária ou composta de espécies invasoras. A introdução de ratos, camundongos, cachorros, e até mesmo o tegus (um lagarto) teve efeitos dramáticos nos pássaros. A restauração da vegetação original e erradicação de espécies invasoras deve ser uma prioridade urgente para este local de importância global. Uma boa gestão do crescente turismo neste ambiente frágil também é muito importante. Fundada em 1979, A Reserva Biológica Atol das Rocas está proibida de acesso público e gerida para proteção de espécies e pesquisas. As ligações subaquáticas entre os dois componentes mereceriam estudo. A Reserva conta com vigilância da Marinha e da Força Aérea do Brasil, nomeadamente no que diz respeito às actividades de pesca e turismo. Para fornecer apoio financeiro e fortalecer a gestão da vida selvagem local, o ICMBio desenvolveu dois projetos:o Projeto Tamar, para tartarugas marinhas e o Spinner Dolphin Project.