Medina de Tétouan (anteriormente conhecida como Titawin)






Valor Universal Excepcional

Breve síntese

A Medina de Tétouan desenvolveu-se nas encostas íngremes do Jebel Dersa. No período islâmico teve particular importância a partir do século VIII, uma vez que serviu de ponto de ligação entre Marrocos e a Andaluzia. Após a reconquista, a cidade foi reconstruída por refugiados desta região que haviam sido expulsos pelos espanhóis. Isso é bem ilustrado por sua arte e arquitetura, que revelam uma clara influência andaluza. É uma das menores medinas marroquinas, mas indiscutivelmente a mais completa e a maioria de seus edifícios permaneceram intocados por influências externas subsequentes.

A Medina de Tétouan é cercada por uma muralha histórica de aproximadamente 5 km de extensão e acessada por meio de sete portões. O traçado urbano é caracterizado por ruas principais que ligam os portões entre si e dão acesso a espaços abertos (praças e praças menores) e edifícios públicos como funduqs, mesquitas, zawayas e para os distritos artesanais e comerciais, e, por outro lado, para pistas menores que levam a passagens e áreas residenciais semiprivadas. Uma verdadeira síntese das culturas marroquina e andaluza, a histórica cidade de Tétouan apresenta características urbanas e arquitetônicas que influenciaram o desenvolvimento arquitetônico e artístico durante o período do Protetorado espanhol. A cidade de Tétouan é famosa por sua escola de artes e ofícios (Dar Sanaa) e seu Instituto Nacional de Belas Artes que testemunham uma tradição ancestral e uma abertura para o mundo de hoje.

Critério (ii):A Medina de Tétouan testemunha as influências consideráveis ​​da civilização andaluza no final do período medieval do Ocidente muçulmano. Esta influência é ilustrada nos desenvolvimentos na arquitetura, artes monumentais e planejamento urbano.

Critério (iv):A Medina de Tétouan constitui um excelente exemplo de uma cidade costeira fortificada do Mediterrâneo, construído contra uma paisagem montanhosa do norte do Marrocos. Ele testemunha a antiguidade do assentamento, e durante o período islâmico ganhou considerável importância como a única ligação entre a Península Ibérica e o interior de Marrocos. Sua expansão a partir do início do século XVII continuou até o final do século XVIII e se reflete em suas fortificações, arquitetura, síntese das culturas marroquina e andaluza e seu tecido urbano.

Critério (v):A posição estratégica da Medina de Tétouan em frente ao Estreito de Gibraltar desempenhou um papel importante como ponto de contato e de transição entre duas civilizações (espanhola e árabe) e dois continentes (Europa e Norte da África).

Integridade (2009)

Os limites da propriedade incluem todos os atributos necessários para expressar seu Valor Universal Excepcional. Alguns dos atributos requerem medidas de conservação e prioridade no que diz respeito ao trabalho de conservação é dado às muralhas, portões e aos borjs (torres de vigia fortificadas). O município colabora com o Governo da Andaluzia (Espanha) na execução das obras de reabilitação do centro da Medina.

Autenticidade (2009)

A autenticidade da Medina é ilustrada por seu traçado urbano original praticamente intacto e seu projeto inicial com a parede circundante, portões, e construções fortificadas. A sua construção remonta ao século XVIII e ainda conserva a sua configuração e materiais originais. A Medina possui um tecido urbano original caracterizado pela hierarquia de ruas e divisão de residências, áreas comerciais e artesanais seguindo um plano claramente definido. Em geral, o patrimônio construído, como os zawayas, fontes, hammams, fornos, e silos históricos, mantiveram sua autenticidade, seja em sua forma, seus materiais de construção ou sua decoração ou mesmo para alguns, sua função. A maioria das casas permaneceu intacta, mesmo que alguns pisos tenham sido ilegalmente adicionados e separações internas tenham sido instaladas.

Requisitos de proteção e gestão (2009)

As medidas de proteção são essencialmente reguladas pelas diferentes leis para a listagem de monumentos e sítios históricos, em particular a Lei 22-80 (1981) relativa à conservação do património marroquino. Os serviços envolvidos e as autarquias e associações locais demonstram uma grande vontade e convicção a favor da preservação e conservação do imóvel. A municipalidade, os serviços de planejamento urbano, as autoridades locais e o Ministério da Cultura são responsáveis ​​pela gestão e conservação da propriedade. Sendo legalmente responsável pela conservação do patrimônio cultural em geral, o Ministério da Cultura orienta e auxilia os diversos serviços em suas ações para a preservação e conservação da Medina. Os métodos e prioridades para esta conservação são determinados pelas recomendações e diretrizes tomadas no âmbito do estudo do plano diretor da localidade de Tétouan. Os planos de desenvolvimento regional e local relativos à Medina estão resumidos no Plano Diretor de Tétouan, desenvolvido pelo Ministério da Habitação e Planejamento em 1982, dando alta prioridade à conservação e reabilitação da Medina. O Plano de Desenvolvimento da Região Noroeste elaborado pela Direcção Regional do Urbanismo, Arquitetura e Planejamento em fevereiro de 1996, tem como objetivos, a obrigação de conservar e reabilitar as medinas. A criação, desde o final de 2006, das Direcções Regionais da Cultura, reforça a incorporação de uma política de conservação ao desenvolvimento local. O Plano de Desenvolvimento da Medina de Tétouan inclui disposições para a conservação e gestão e leva em consideração o valor universal do local.



Arquitetura clássica
Arquitetura clássica