Centro Histórico de Salvador da Bahia






Valor Universal Excepcional

Breve síntese

Fundada em 1549 em uma pequena península que separa a Baía de Todos os Santos do Oceano Atlântico, na costa nordeste do Brasil, Salvador da Bahia tornou-se a primeira capital da América portuguesa e assim permaneceu até 1763. Seu papel fundador e histórico como capital colonial a associam ao tema da exploração mundial. O centro histórico de Salvador da Bahia - um exemplo eminente da estruturação urbana do Renascimento adaptado a um sítio colonial - é a Cidade Alta, uma defensiva, bairro administrativo e residencial no topo de uma escarpa de 85 m de altura. Esta cidade colonial densamente construída por excelência do nordeste brasileiro se distingue por suas religiões, arquitetura colonial civil e militar dos séculos XVII a XIX. Salvador da Bahia também se destaca como um dos principais pontos de convergência da Europa, Culturas de índios africanos e americanos dos séculos 16 a 18.

O assentamento de Salvador da Bahia, estrategicamente situado com vista para uma imensa baía na costa brasileira, teve como objetivo centralizar as atividades da metrópole na América portuguesa e facilitar o comércio com a África e o Extremo Oriente. A cidade cresceu rapidamente, tornando-se o principal porto marítimo do Brasil e um importante centro da indústria açucareira e do tráfico de escravos. Os principais bairros do centro histórico são Sé, Pelourinho, Misericórdia, São Bento, Taboão, Carmo e Santo Antônio. O Pelourinho se caracteriza pela fidelidade ao plano do século XVI, a densidade dos seus monumentos e a homogeneidade da sua construção. Além de importantes edifícios dos séculos XVII e XVIII, como a Catedral Basílica de Salvador e as igrejas e conventos de São Francisco, São Domingos, Carmo e Santo Antônio, o Centro Histórico de Salvador da Bahia mantém vários espaços públicos do século 16, incluindo a Praça Municipal, o Largo Terreiro de Jesus e o Largo de São Francisco, bem como palácios barrocos, entre eles o Palácio do Arcebispado, Palácio Saldanha e Palácio Ferrão. Existem muitas ruas ladeadas por casas de cores vivas, frequentemente decorado com estuque fino, que são características da cidade colonial. Salvador da Bahia também foi, de 1558, o primeiro mercado de escravos do Novo Mundo, com escravos chegando para trabalhar nas plantações de açúcar. Ecos desse passado multicultural sobrevivem até os dias atuais no rico patrimônio tangível e intangível do centro histórico.

Critério (iv):Salvador da Bahia é um exemplo eminente de estruturação urbana renascentista adaptada a um sítio colonial com uma cidade alta de defensiva, natureza administrativa e residencial com vista para a cidade baixa, onde as atividades comerciais giram em torno do porto. A densidade dos monumentos, com Ouro Preto (incluída na Lista do Patrimônio Mundial em 1980), a torna a cidade colonial por excelência do nordeste brasileiro.

Critério (vi):Salvador da Bahia é um dos principais pontos de convergência da Europa, Culturas de índios africanos e americanos dos séculos 16 a 18. Seu papel fundador e histórico como capital do Brasil a associam naturalmente ao tema da exploração mundial já ilustrado pela inclusão na Lista do Patrimônio Mundial da Havana Velha (1982), Angra do Heroísmo (1983), San Juan de Puerto Rico (1983), e Cartagena (1984).

Integridade

Dentro dos limites do Centro Histórico de Salvador da Bahia estão localizados todos os elementos necessários para expressar o seu Valor Universal Excepcional, incluindo a escarpa que o divide em cidades superiores e inferiores; o plano urbano subjacente ao Pelourinho do século XVI; e a teia de ruas com fileiras de casas uniformes entrelaçadas com exemplos notáveis ​​de religiosos, administrativo, arquitetura militar e comercial e monumental que data dos séculos XVII a XIX. O centro histórico de 78,28 ha da cidade é de tamanho suficiente para garantir adequadamente a representação completa das características e processos que transmitem a importância da propriedade. O Centro Histórico de Salvador da Bahia não sofre os efeitos adversos do desenvolvimento e / ou abandono. No entanto, a população da grande cidade cresceu rapidamente desde 1966 devido ao desenvolvimento industrial da região, resultando no centro histórico sendo encerrado em três lados por uma zona urbana muito densa.

Autenticidade

O Centro Histórico de Salvador da Bahia possui alto grau de autenticidade em termos de localização e ambientação, formas e designs, e materiais e substâncias. Na década de 1990, cerca de 1, 350 propriedades foram restauradas no bairro do Pelourinho com o objetivo de desenvolver o potencial econômico da região por meio da valorização do turismo. Simultaneamente, o número de residentes no centro histórico diminuiu de 9, 853 em 1980 a 3, 235 em 2000 em um processo de despovoamento.

Requisitos de proteção e gerenciamento

O Centro Histórico de Salvador da Bahia é protegido por leis emanadas das três esferas de governo:Decreto-Lei 25/1937, implantado pelo governo federal por meio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN); Lei 3660/1978, aprovado pelo governo do estado da Bahia por meio do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC); e Lei Municipal 3289/1983, estabelecendo Legislação Municipal Específica para a Proteção de Bens Culturais, por meio do qual uma área de proteção abrangendo o sítio cultural designado pelo IPHAN é estabelecida e revisões conjuntas pelos três níveis de governo de todos os projetos propostos dentro da zona protegida são necessárias. O Plano Diretor Urbano de Salvador 2008 (Plano Diretor Urbano de Slavador - PDDU) certifica formalmente as áreas patrimoniais já existentes e aquelas cobertas pela Legislação Municipal Específica (Lei 3289/1983). Além disso, o Escritório Técnico de Licenciamento e Fiscalização foi criado para viabilizar a implantação de medidas concertadas e coordenadas e fiscalizações das três esferas de governo no Centro Histórico de Salvador da Bahia, com vista a aumentar a integração nesta área.

O Plano de Reabilitação Participativo do Centro Antigo de Salvador 2010 visa abordar o aspecto econômico, social, questões ambientais e urbanísticas que foram tratadas de forma inadequada nos programas de reabilitação realizados entre os anos 1960 e 1990, que invariavelmente se centrava na proposta de aumento do turismo e outras atividades terciárias no bairro do Pelourinho, drenando o centro histórico de sua gestão principal, funções administrativas e comerciais, levando a um êxodo populacional progressivo e a uma correspondente deterioração da paisagem urbana.

A sustentação do Valor Universal Excepcional da propriedade ao longo do tempo exigirá a continuidade dos esforços integrados para revitalizar a área e reverter o processo de decadência urbana; o avanço da revitalização residencial do centro histórico para contrabalançar o êxodo progressivo da população e para sustentar a área como um organismo vivo dentro da paisagem urbana; e estabelecer indicadores de monitoramento para estas e quaisquer intervenções futuras, para garantir que tais intervenções não tenham um impacto negativo sobre o Valor Universal Excepcional, autenticidade e integridade da propriedade.



Arquitetura clássica
Arquitetura clássica