Mosteiro da Batalha






Valor Universal Excepcional

Breve síntese

Construída no cumprimento de um voto de D. João para comemorar a vitória sobre os castelhanos em Aljubarrota (15 de agosto de 1385), o Mosteiro Dominicano da Batalha, no centro de Portugal, é uma das obras-primas da arte gótica. A maior parte do complexo monumental data do reinado de João I (1385-1433), quando a igreja (concluída em 1416), o claustro real, a casa do capítulo, e a capela funerária do fundador foram construídas.

O projeto foi atribuído ao arquiteto inglês Mestre Huguet. A planta da capela é constituída por um espaço octogonal inserido em praça, criando dois volumes separados que se combinam de forma mais harmoniosa. O teto consiste em uma lanterna em forma de estrela de oito pontas. O traço mais dramático encontra-se no centro da capela:o enorme túmulo medieval de D. João I e sua esposa, Rainha Philippa de Lancaster. As baías nas paredes da capela contêm os túmulos de seus filhos, entre eles o Príncipe Henry, o Navegador.

A entrada principal da igreja faz-se através do alpendre da fachada poente. Em ambos os lados deste portal estão esculturas dos doze apóstolos em consoles. No centro está uma estátua em alto relevo de Cristo em Majestade rodeada pelos Evangelistas, emoldurado por seis covings decorados com esculturas de reis e rainhas bíblicos, profetas e anjos segurando instrumentos musicais da Idade Média. Esta grande profusão de esculturas é completada pela coroação da Virgem Maria.

Como monumento carregado de valor simbólico desde a sua fundação, o Mosteiro da Batalha era, por mais de dois séculos, a grande oficina da monarquia portuguesa. Não é surpreendente que os traços mais característicos de uma arte nacional tenham sido determinados ali, durante os períodos gótico e renascentista. A Batalha é o conservatório de várias expressões privilegiadas da arte portuguesa:o estilo arquitectónico sóbrio do final do século XIV, com a nave estupenda do abacial, dos quais a elevação de dois andares, com arcadas largas e janelas altas, torna mais impressionante; a exuberante estética das capelas imperfeitas; as flamboyants arcades bordadas em rendas de pedra:o barroco manuelino ainda mais perceptível nos entalhes do rendilhado das arcadas do claustro real do que no imenso portal atribuído a Mateus Fernandes, o Velho; e finalmente, o estilo híbrido de João de Castilho, arquitecto da loggia construída por D. João III (1521-1557).

Critério (i):O Mosteiro Dominicano da Batalha é uma das obras-primas absolutas da arte gótica.

Critério (ii):O Mosteiro da Batalha era, por mais de dois séculos, uma importante oficina da monarquia portuguesa. Os traços mais característicos de uma arte nacional foram determinados aqui, tanto durante o período gótico quanto no período renascentista.

Integridade

Dentro dos limites de 0, Imóvel de 98 ha estão localizados todos os elementos necessários à expressão do Valor Universal Excepcional do Mosteiro da Batalha. Para reduzir o tráfego na antiga estrada principal (EN1) que cruzava a zona tampão do local, uma nova estrada (A14) foi construída fora da propriedade e uma cortina de árvores foi plantada para reduzir os possíveis impactos da poluição no monumento.

Autenticidade

O Mosteiro da Batalha preserva a sua autenticidade mantendo os seus planos originais, materiais e significado social e religioso. Os atributos mais relevantes da propriedade foram preservados e até mesmo reforçados no que diz respeito à qualidade. A conservação e restauração de todos os vitrais e pinturas murais do Claustro Real e da Sacristia foram realizadas de acordo com o Documento de Autenticidade de Nara. Além do mais, a Escola Nacional de Artes e Ofícios da Batalha tem vindo a fornecer mão-de-obra qualificada tanto para a conservação como restauro de elementos de pedra e vitrais.

Autoridades eclesiásticas contribuíram para a preservação e valorização desta propriedade, usando a igreja para cerimônias religiosas.

Desde 9 de abril de 1921, a Casa Capitular tem guarda de honra permanente e é acesa por uma lâmpada simbolizando a chama da pátria em homenagem ao Soldado Desconhecido protegido pelo mutilado “Cristo das Trincheiras”.

Requisitos de proteção e gerenciamento

O Mosteiro da Batalha foi classificado como monumento nacional por Decreto publicado no Diário do Governo nº. 14 de 17 de janeiro de 1907.

A fim de garantir a aplicação da Lei que estabelece as bases da política e do sistema de normas de proteção e valorização do património cultural (Lei n.º 107, de 8 de setembro de 2001), Decreto nº 140 de 15 de junho de 2009 estabeleceu o quadro legal para estudos, projetos, relatórios, obras ou intervenções em bens culturais classificados. É estabelecido, como uma regra, a necessidade de uma avaliação prévia e sistemática, monitorar e pesar quaisquer obras que possam afetar a integridade do local, de modo a evitar qualquer desfiguração, dilapidação, perda de características físicas ou autenticidade. Isso é garantido por um planejamento adequado e rigoroso, por pessoal qualificado, de qualquer técnica, metodologias e recursos a serem utilizados para implantação de obras em bens culturais.

Além disso, existe uma política de gestão responsável que tem como foco as soluções ambientais e o diálogo aberto e a construção de parcerias com, entre outros, do município de forma a ultrapassar os efeitos negativos da utilização indevida da zona envolvente do monumento.

De forma similar, de acordo com o Decreto no. 309 de 23 de outubro de 2009, As zonas tampão são consideradas zonas de proteção especial, beneficiando de restrições adequadas à proteção e valorização dos bens culturais.

Preservar a autenticidade e integridade de todo o complexo monumental dentro de um plano de trabalho envolvendo a comunidade local é o principal objetivo da gestão. Também leva em consideração as recomendações da UNESCO no Relatório do Estado de Conservação de 1990, nomeadamente as medidas de conservação que foram tomadas para resolver o problema da distorção da obra de chumbo e dos vidros partidos nos vitrais.

Todas as intervenções implementadas ou previstas cumprem a legislação em vigor, bem como com critérios técnicos e científicos estritos. Há um foco especial no tratamento e reabilitação da área ao redor do monumento, uma vez que estes trabalhos serão assegurados por organizações locais envolvendo o município e a comunidade local.

A gestão deste complexo é assegurada pelos serviços descentralizados da Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC), o departamento da administração central responsável pelo património cultural. Conservação, As medidas de valorização e salvaguarda são asseguradas pela DGPC, a quem cabe elaborar um programa anual e implementá-lo de forma a garantir o futuro do monumento.

Além disso, foi estabelecido um centro de interpretação. Hoje os visitantes têm acesso a mais áreas e a novas informações que vão garantir um conhecimento melhor e mais integrado do bem do Patrimônio Mundial.



Arquitetura clássica
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